Endividamento das famílias paranaenses fica estável em setembro

Paraná continua com o maior número de endividados do Brasil
 
O número de paranaenses endividados se mantém estável e chega a 88,4% em setembro. O dado faz parte da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). Em agosto, o percentual de famílias com dívidas foi de 88,8% e, em setembro do ano passado, o índice era de 86,4%. As dívidas pesquisadas são referentes a cheques pré-datados, cartão de crédito, cheque especial, carnês de loja, empréstimo pessoal e prestação de carro ou casa.
 
Em relação a agosto, o número de famílias com contas em atraso é praticamente o mesmo, com leve variação de 23,8% para 23,6% em setembro. No entanto, em relação a setembro de 2013, a pesquisa demonstra que houve um pequeno aumento nos pagamentos em atraso, quando o percentual era de 20,3%.
 
O mesmo acontece com a quantidade de pessoas que afirmam não ter condições de quitar as dívidas. A diferença entre agosto e setembro é mínima, com 8,4% e 8,6%, respectivamente. Em setembro de 2013, esse mesmo indicador era de 7,8%.
 
Há três anos consecutivos os paranaenses figuram na lista dos maiores devedores do Brasil, que possui 63,1% da população com algum tipo de conta a pagar. No entanto, não é o Estado com o maior número de inadimplentes. O percentual de famílias sem condições de pagar suas dívidas está um pouco acima da média brasileira, que ficou em 5,9% em setembro.
 
Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, a estabilidade do endividamento está relacionada à queda na intenção de consumo e sinaliza a propensão dos paranaenses em quitar suas dívidas antes de fazer novas compras. "O Paraná possui o maior número de devedores do Brasil. Mas não somos maus pagadores, pelo contrário. Um dos motivos para o elevado nível de endividamento é a situação de pleno emprego, que permanece em nosso Estado, em oposição ao que vem ocorrendo em outras unidades da Federação.  A renda garantida no fim do mês faz com o que os paranaenses se sintam mais confiantes para parcelar suas compras e adquirir bens de maior valor de forma fracionada”, reitera Piana.
 
De maneira geral, 24,2% das famílias do Paraná se consideram muito endividadas. Os que se enxergam como mais ou menos endividados são 43,2%; os pouco endividados somam 21% e os 11,6% restantes não possuem dívidas.
 
O cartão de crédito é sempre o principal motivo das dívidas dos paranaenses, com 68,4%. Na sequência estão o financiamento de veículos (10,8%), o financiamento imobiliário (8,8%), os carnês (6,1%), o crédito consignado (2,3%) e o crédito pessoal (2,2%).
 
O atraso médio no pagamento das contas é de 61,7 dias. Entre os endividados com contas em atraso, 45,9% relataram que seus compromissos estão vencidos há mais de 90 dias, o que os insere no grupo de inadimplentes. Em agosto, o percentual de consumidores com pagamentos com mais de 90 dias de atraso era de 39%. As famílias com renda de até dez salários mínimos estão com mais dificuldades para quitas seus débitos e 48,6% dos consumidores com esse perfil afirmam estar inadimplentes. Nas classes com renda acima de dez salários mínimos, 33,3% dos endividados possuem atrasos superiores a 90 dias.
 
O tempo médio de comprometimento da renda com parcelamentos é 6,9 meses. A maioria dos endividados, 68,3%, compromete de 11 a 50% de seus rendimentos com algum tipo de dívida; 15% empenham até 10% da renda em prestações mensais, e 16,2% comprometem mais de 50% de seu orçamento.

Texto enviado pela jornalista Karla Santin – Núcleo de Comunicação e Marketing – NCM – Fecomércio PR.

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