Pesquisa da Fecomércio PR mostra que as vendas do varejo caíram 8,12% em junho
O comércio paranaense demonstrou perdas superiores aos 7×1 da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo. As vendas caíram 8,12% em junho na comparação com o mês de maio e reduziram 4,35% em relação a junho de 2013. Os dados são da Pesquisa Conjuntural realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio PR).
As perdas nas vendas foram sentidas em todas as regiões pesquisadas. A região Oeste registrou a maior queda de maio para junho, com -16,35%, seguida por Londrina (-10,57%), Sudoeste (-10,08%), Ponta Grossa (-8,98%), Maringá (-7,41%) e Curitiba e Região Metropolitana (-6,01%). Em comparação a junho de 2013, Maringá foi o único município a apresentar crescimento, com 2,94%. Os demais tiveram decréscimo, sendo -19,71% no Sudoeste, -9% em Ponta Grossa, -8,55% na região Oeste, -5,49% em Curitiba e Região Metropolitana e -1,35% em Londrina.
De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, a performance no comércio durante a Copa do Mundo ficou abaixo do que era esperado. “Boa parte dos segmentos do varejo já tinha ciência de que o mundial não iria influenciar em seu faturamento e alguns, inclusive, registraram queda no movimento. Os estabelecimentos abriram suas portas nos dias dos jogos de Curitiba e do Brasil, mas deixaram de atender os consumidores habituais, oriundos dos escritórios, repartições, escolas, consultórios médicos, funcionalismo público e demais setores que foram dispensados no dia ou horas antes das partidas. As ruas ficaram vazias durante os jogos, o que refletiu no fluxo dos estabelecimentos comerciais. Isso ocorreu em todas as cidades do país, pois o foco da população, que em dias normais estaria fazendo compras, foi transferido para assistir aos jogos da Copa”, justifica.
Os setores mais prejudicados em junho ante o mês anterior foram os relacionados ao comércio de rua: calçados (-21,68%), móveis, decorações e utilidades domésticas (-12,14%), lojas de departamentos (-11%), óticas, cine-foto-som (-10,13%) e vestuário e tecidos (-10,06%). Somente o setor de combustíveis teve saldo positivo nas vendas, com alta de 5,07%. No entanto, a queda no faturamento de alguns desses ramos não pode ser creditada à Copa, pois já vêm apresentando retração nos últimos meses, tais como as concessionárias de veículos (-19,59%) e autopeças (-11,72%), impactados pela alta nas taxas de juros, restrições ao crédito, endividamento e esgotamento do poder de compra dos consumidores.
Contudo, o nível de emprego se manteve praticamente estável em junho ante o mês anterior, com -0,5%, e a folha de pagamento teve aumento de 2,04%.
Avaliação do 1º semestre
Com a acentuada queda nas vendas do varejo paranaense durante o mundial de futebol, o desempenho do primeiro semestre do ano fechou com um tímido aumento 0,48% ante o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, os setores que tiveram os melhores rendimentos foram combustíveis (10,10%), óticas, cine-foto-som (8,37%), calçados (7,92%), supermercados (4,88%) e farmácias (4,59%).
Para Piana, o momento é de cautela. “A luz amarela da economia começou a piscar, tanto na indústria como no comércio e não há indicadores que permitam vislumbrar uma recuperação a curto prazo. Os empresários precisam ter ponderação em relação a novos investimentos e gastos, a fim de não comprometer a saúde financeira da empresa, e terão que se esforçar ainda mais para manter ou aumentar o faturamento”, aconselha.
Texto enviado pela jornalista Karla Santin – Núcleo de Comunicação e Marketing – NCM – Fecomércio PR. |